Foto:Michel Filho /
Prefeitura do Rio
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo
Crivella, anunciou nesta terça-feira, 29 de janeiro, medidas para reestruturar
o sistema de transporte público de passageiros no município. As ações
compreendem: 1) Intervenção no sistema BRT; 2) Reajuste das passagens dos
transportes rodoviários municipais de R3,95 para R$ 4,05.
De acordo com o prefeito, essas
medidas foram tomadas com o objetivo de equilibrar o tripé que forma o sistema
de transporte do Rio de Janeiro e que têm em seus vértices: clientes, empresas
e a Prefeitura.
Com a decisão sobre o BRT, cujo
interventor será o ex-deputado Luiz Alfredo Salomão, a Prefeitura do Rio espera
apresentar no prazo de 180 dias um diagnóstico do sistema. Com isso, será
possível estabelecer um plano de ação para qualificar a gestão e implementar
medidas que melhorem os serviços prestados à população.
– Estamos com problemas nos BRT's,
sobretudo na Zona Oeste. Na Avenida Cesário de Melo, há várias estações sem
operar. Os BRT's estão superlotados, há queixas da população sobre superlotação
também nos terminais, diminuição da frota e demora nos horários. Desde o começo
do nosso governo, temos procurado, junto aos consórcios que operam o sistema
BRT, encontrar uma solução, mas não conseguimos. O que restou para nós foi
fazer a intervenção – informou Crivella.
A intervenção começa a valer a partir
desta quarta-feira, 30 de janeiro, com duração de seis meses. O decreto com a
determinação do prefeito foi publicado em edição extraordinária do Diário
Oficial do Município na tarde desta terça. A intervenção se deve à baixa
qualidade na prestação do serviço e em cumprimento ao que está previsto no
contrato, que dá ao poder concedente a possibilidade de intervir caso o serviço
não seja prestado com eficiência.
A Controladoria Geral do Município
realizou uma pesquisa que constatou insatisfação alta dos usuários com o
serviço prestado pelo BRT. O foco do problema no sistema de ônibus da cidade
está concentrado principalmente no mau atendimento do BRT, apontou o
levantamento.
Reajuste das tarifas
O novo valor da passagem (R$ 4,05)
entrará em vigor no primeiro minuto do próximo sábado, dia 2 de
fevereiro. Com o reajuste das tarifas, a Prefeitura assegura o equilíbrio
econômico e financeiro às empresas que operam o transporte público de
passageiros por ônibus no município. Elas vêm enfrentando sérias questões
econômicas, o que tem comprometido a oferta e a melhoria dos serviços.
A receita adicional para as empresas
de ônibus, a partir do reajuste, terá que ser investida na melhoria do sistema
e no cumprimento das metas acordadas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)
assinado entre os empresários e a Prefeitura em junho do ano passado. As
empresas pediram reajuste de R$ 0,15, contudo, foi concedido apenas R$ 0,10.
Desta forma, a cidade do Rio de Janeiro continua sendo a capital com a menor
tarifa de transporte rodoviário municipal no país.
– As concessionárias cumpriram com
aquilo que foi determinado em meados do ano passado. Chegaram a 60% da nossa
frota com ar-condicionado, apresentaram os balancetes e fizeram até mais:
colocaram internet, tomadas (para carregar celular) e também desistiram de
todas as ações que tinham contra a Prefeitura na Justiça. Finalmente, deram a
primeira cota para ajuda da pavimentação das principais rodovias da cidade.
Depositaram R$ 1 milhão, e serão mais sete parcelas, somando R$ 7 milhões –
explicou o prefeito.
Inspeções nas obras do BRT
O terceiro item para a reestruturação
do sistema são as inspeções das obras realizadas pela gestão anterior para a
construção dos corredores BRTs Transcarioca e Transoeste. Auditorias realizadas
pela Prefeitura nos contratos têm por objetivo recuperar cerca de R$ 3 bilhões
investidos na construção do corredor Transoeste (R$ 1,3 bilhão) e Transcarioca
(R$ 2 bilhões).
A Prefeitura do Rio reafirma seu
compromisso de assegurar um transporte público por ônibus de qualidade à
população e que todas essas medidas visam a:1) Melhorar a qualidade dos
serviços prestados aos clientes; 2) Garantir o equilíbrio econômico-financeiro
das empresas; 3) Permitir à Prefeitura recuperar bilhões de reais investidos de
forma inadequada na construção do corredores da Transcarioca e Transoeste.
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